De portas misteriosas a cachoeiras ‘cheias de sangue’ – reveladas quatro descobertas misteriosas na gelada Antártica

A ANTÁRTICA conquistou intrigas durante séculos com suas paisagens desoladas e inexploradas.

Seu mistério como o lugar mais desconhecido do planeta Terra tem sido fonte de teorias da conspiração.

Monte Lister, parte da cordilheira transantártica na Antártica4

Monte Lister, parte da cordilheira transantártica na AntárticaCrédito: Getty
Uma imagem da Antártica no Google Maps se tornou viral em outubro por supostamente revelar uma porta secreta na neve

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Uma imagem da Antártica no Google Maps se tornou viral em outubro por supostamente revelar uma porta secreta na neveCrédito: Google

Embora a maioria deles tenha sido desmascarada – ou explicada pela ciência.

Porta Secreta

Uma imagem da Antártica no Google Maps se tornou viral em outubro por supostamente revelar uma porta secreta na neve.

A estrutura incomum foi avistada por um usuário do Reddit no Google Maps na coordenada 69°00’50″S 39°36’22″E – uma área árida e gelada logo a sudeste da Estação Showa, administrada pelos japoneses.

Teorias malucas sobre o propósito da porta começaram a crescer como uma bola de neve online – desde teorias sobre bunkers nazistas até uma cidade secreta na crosta terrestre.

No entanto, a misteriosa porta não é outro senão um iceberg.

O iceberg que encalhou fica preso ali até derreter.

Outras imagens da área mostram outros icebergs que tiveram o mesmo destino.

Por muitos anos, a cor de 'Blood Falls' foi atribuída às algas vermelhas

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Por muitos anos, a cor de ‘Blood Falls’ foi atribuída às algas vermelhasCrédito: Peter Rejcek/National Science Foundation

Quedas de Sangue

As horríveis ‘Blood Falls’, embora tenham esse nome devido à sua cor avermelhada, não são na verdade sangue.

Embora a causa exata da coloração tenha confundido os cientistas por mais de 110 anos.

Isto é, até ao verão passado, quando uma equipa de investigação dos EUA encontrou pequenas esferas na água que a tornavam vermelha assim que entrava em contacto com o ar.

Dentro da ‘estação fantasma’ abandonada no topo de um penhasco antártico, onde os boffins soviéticos lutaram contra vendavais de -90°C a milhares de quilômetros de qualquer lugar

Nanosferas compostas de ferro, sílica, cálcio, alumínio, sódio e outros elementos, individualmente, contribuíram para transformar a água do degelo em um estranho tom de laranja avermelhado.

O ferro nas nanoesferas formou óxidos e hidróxidos de ferro assim que a água tocou o ar.

A alta salinidade e a presença de cloro, magnésio e sódio desempenharam um papel importante na formação de fases de ferro de cor amarela a laranja.

Estudos anteriores os ignoraram porque são muito pequenos.

Portanto, por muitos anos, a cor foi atribuída às algas vermelhas.

Em 1974, o buraco era do tamanho da Nova Zelândia

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Em 1974, o buraco era do tamanho da Nova ZelândiaCrédito: Observatório Terrestre da NASA

O Buraco Gigante

Buracos gigantescos na Terra são sempre uma fonte de intriga – desde o “Portão para o Inferno” da Rússia até a polínia Maud Rise da Antártica.

A polínia – uma área de águas abertas cercada por gelo marinho – tem intrigado os cientistas desde que foi detectada pela primeira vez numa imagem de satélite, há meio século.

A enorme cavidade nem sempre pode ser encontrada, pois aparece esporadicamente no gelo – às vezes com décadas de intervalo.

Em 1974, o buraco era do tamanho da Nova Zelândia. Retornou de forma mais fraca em 1975 e 1976.

O gigantesco buraco no gelo só foi visto em 2016 e 2017, quando tinha aproximadamente o tamanho de Portugal.

Em maio, os cientistas acreditam ter finalmente descoberto o que estava formando o buraco.

Uma forte corrente que se movia ao redor da montanha subaquática Maud Rise, no Mar de Weddell, criou redemoinhos turbulentos – uma corrente reversa que empurrou o sal para a superfície do mar.

Assim que o sal atingiu a superfície, ocorreu um processo denominado transporte de Ekman, que moveu a água em um ângulo de 90 graus na direção do vento.

Isso tornou mais fácil para o sal se misturar com o calor na superfície e derreter o gelo, permitindo um grande buraco na forma.

Cantando Gelo

Com ventos que podem atingir até 320 km/h, a Antártida conhece bem os sons misteriosos.

Os cientistas descobriram que a plataforma de gelo Ross – a maior plataforma de gelo do continente com mais de 600 km de comprimento – canta quando o vento sopra.

Quando rajadas sopram nas dunas de neve, criam vibrações que os cientistas podem ouvir com sensores sísmicos.

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