Seu mistério como o lugar mais desconhecido do planeta Terra tem sido fonte de teorias da conspiração.
Embora a maioria deles tenha sido desmascarada – ou explicada pela ciência.
Porta Secreta
Uma imagem da Antártica no Google Maps se tornou viral em outubro por supostamente revelar uma porta secreta na neve.
A estrutura incomum foi avistada por um usuário do Reddit no Google Maps na coordenada 69°00’50″S 39°36’22″E – uma área árida e gelada logo a sudeste da Estação Showa, administrada pelos japoneses.
Teorias malucas sobre o propósito da porta começaram a crescer como uma bola de neve online – desde teorias sobre bunkers nazistas até uma cidade secreta na crosta terrestre.
No entanto, a misteriosa porta não é outro senão um iceberg.
O iceberg que encalhou fica preso ali até derreter.
Outras imagens da área mostram outros icebergs que tiveram o mesmo destino.
Quedas de Sangue
As horríveis ‘Blood Falls’, embora tenham esse nome devido à sua cor avermelhada, não são na verdade sangue.
Embora a causa exata da coloração tenha confundido os cientistas por mais de 110 anos.
Isto é, até ao verão passado, quando uma equipa de investigação dos EUA encontrou pequenas esferas na água que a tornavam vermelha assim que entrava em contacto com o ar.
Nanosferas compostas de ferro, sílica, cálcio, alumínio, sódio e outros elementos, individualmente, contribuíram para transformar a água do degelo em um estranho tom de laranja avermelhado.
O ferro nas nanoesferas formou óxidos e hidróxidos de ferro assim que a água tocou o ar.
A alta salinidade e a presença de cloro, magnésio e sódio desempenharam um papel importante na formação de fases de ferro de cor amarela a laranja.
Estudos anteriores os ignoraram porque são muito pequenos.
Portanto, por muitos anos, a cor foi atribuída às algas vermelhas.
O Buraco Gigante
Buracos gigantescos na Terra são sempre uma fonte de intriga – desde o “Portão para o Inferno” da Rússia até a polínia Maud Rise da Antártica.
A polínia – uma área de águas abertas cercada por gelo marinho – tem intrigado os cientistas desde que foi detectada pela primeira vez numa imagem de satélite, há meio século.
A enorme cavidade nem sempre pode ser encontrada, pois aparece esporadicamente no gelo – às vezes com décadas de intervalo.
Em 1974, o buraco era do tamanho da Nova Zelândia. Retornou de forma mais fraca em 1975 e 1976.
O gigantesco buraco no gelo só foi visto em 2016 e 2017, quando tinha aproximadamente o tamanho de Portugal.
Em maio, os cientistas acreditam ter finalmente descoberto o que estava formando o buraco.
Uma forte corrente que se movia ao redor da montanha subaquática Maud Rise, no Mar de Weddell, criou redemoinhos turbulentos – uma corrente reversa que empurrou o sal para a superfície do mar.
Assim que o sal atingiu a superfície, ocorreu um processo denominado transporte de Ekman, que moveu a água em um ângulo de 90 graus na direção do vento.
Isso tornou mais fácil para o sal se misturar com o calor na superfície e derreter o gelo, permitindo um grande buraco na forma.
Cantando Gelo
Com ventos que podem atingir até 320 km/h, a Antártida conhece bem os sons misteriosos.
Os cientistas descobriram que a plataforma de gelo Ross – a maior plataforma de gelo do continente com mais de 600 km de comprimento – canta quando o vento sopra.
Quando rajadas sopram nas dunas de neve, criam vibrações que os cientistas podem ouvir com sensores sísmicos.